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30 de
setembro - dia de Alagoinhas Ferroviária!
Nessa
rua ferroviária, pelos trilhos, pelas Oficinas, pela Estação do trem, pela
Caixa D'água, em forma de taça, pelo Guindaste histórico, de uso para duas
bitolas diferentes, de dois prédios importantes para a energia elétrica em
nosso Município. Dentro da Oficina São Francisco duas peças simbólicas : uma
pela representação da "Maria Fumaça" de saudosa memória; a outra,
pela marca forte, do tempo em que os operários dessa Oficina, reparavam as
locomotivas que puxavam os nossos trens. Mas precisavam olha-las, por baixo.
Ah! Meu Deus! Ficar em baixo de toneladas de ferro! Somente um processo permite
isso: colocar a Maria Fumaça na rotunda! Aqui na Oficina São Francisco isso
acontecia, sempre, e esse local continua
inalterado, podendo ser admirado, pelos visitantes que tenham o
privilégio de entrar no recinto. Recinto quase sagrado de quase cem anos, pois
que é de 1930, onde centenas de pessoas gastaram suas energias, realizando
sonhos de produção e de sobrevivência. Levas e levas de operários que
interligavam sentimentos e costuravam emoções de transformar chapas inteiras de
ferro, em delicadas peças de passar água e vapor, de passar o som anunciador da
chegada , na curva da rua com apito identificador, ou de produzir sinos grandes
e possantes, capazes de receber as batidas fortes do badalo para dizer : saí;
já vou; fique em paz; vou em paz; até a próxima; adeus; quantas mensagens , no
apito ou no bater do sino? Diferentes sentidos para diferentes pessoas, para
diferentes situações, para diferentes momentos, para diferentes
realidades...para diferentes operários - da produção à utilização. Em todos,
porém, o toque do prazer, indescritível prazer de trabalhar na
"Leste", de fazer a máquina deslizar sobre os trilhos, de ver o trem
chegar e sair da Estação, levando e trazendo gente, mercadorias, comerciantes,
passeadores, amantes com seus sonhos e encantamentos. Ah! Meu Deus! O trem! Que
saudade! Corre menino! Corre menina! Corre pai! Corre mãe! Corram todos! É o
trem que vem. Vamos saudá-lo! Vamos dar adeus ao trem! Como esse adeus está
demorando! Trinta anos! As crianças ficaram adultas e fizeram várias crianças,
mas não têm o gosto de seu tempo de criança; não podem dizer: corram crianças,
venham dar adeus ao trem. E eu que já cheguei além dos adultos e estou no caminho
da velhice, pergunto a Deus, sem perder a esperança: será que ainda vejo o trem
correndo por essas nossas linhas? Não vale o trem do forró! É um alento, um
substitutivo confortador! Um afago para meu coração! Mas quero e desejo
ardentemente, o trem de passageiros, de novo, com as pessoas em pé, junto às
janelas, para acenar, com gosto, respondendo ao aceno da minha e de outras
portas, para que eu sonhe com muitas viagens, com muitas vantagens, incontáveis
encontros e alegrias, de apertos de mão, de abraços, de aconchegos e entregas.
Que
venha o TREM! Que volte o TREM! ALAGOINHAS AMA O TREM! ALAGOINHAS QUER O TREM!!!
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