Um escrevedor volta a falar de memória musical XII: o começo
da caminhada – primeiro
semestre de 1980 – A
Primeira Igreja Batista de Alagoinhas – As músicas de conjunto e os Hinos
Avulsos.
A memória coletiva é um terreno deveras fértil e variado,
nela podendo ser encontrados muitos registros que um indivíduo dado não guardou
e que um outro trás de volta ao rememorar. Considerando-se a postagem anterior,
ocasião em que se trouxe alguns registros relacionados aos solos individuais de
pelo menos três pessoas que integravam a Primeira Igreja Batista de Alagoinhas
no período aqui aludido – Isauri, Maria Rita Borges e José Santana -, um leitor
atento deste espaço, embora tenha preferido manter-se no anonimato, ele chamou a atenção deste escrevedor com respeito
ao dueto formado pela irmã Isauri Moreira e o seu esposo, o irmão Cassimiro –
in memoriam -, pois muitas vezes eles tomaram parte no desenvolvimento do culto
– sendo ele um dos músicos da igreja, executando o seu velho Harmônio.
Acredita-se pertinente salientar de passagem, que este
garatujador algumas vezes também cantou solos à capela, embora não fosse comum.
Quase sempre era chamado para o fazer sem aviso prévio – portanto, sem se fazer
acompanhar do seu inseparável violão -, lançando mão então unicamente do recursos
vocal . \Lembra-se ele de ter cantado várias vezes
“Oh quando o momento chegar/De eu ir com Jesus habitar; em
paz eu verei meu Senhor/em todo o seu resplendor.
“Em Cristo há perfeito perdão/Há nele real salvação; há nele
também esta paz/que agora me satisfaz;
- “paz, paz/Sim paz/ hei de gozar a final; quando eu com
Jesus me encontrar/no Reino celestial”
Este hino foi aprendido a partir das audições do disco de
Luiz de Carvalho “Obra Santa”, em uma cansada radiola, na casa da irmã Alzira
Moreira, carinhosamente conhecida por todos como “Irmã Dinha”, já de saudosa
memória.
Luiz de Carvalho – quando o Momento Chegar – gravação de
1969.
Um outro hino avulso
que este escrevedor tivera contato no comecinho de sua caminhada Cristã, foi “O
Mundo há de Saber”, então interpretado por um grupo de jovens paulistas
denominado “Os Ligados”, mas que chegou aos ouvidos deste que ora escreve este arrazoado,
a partir da interpretação do conjunto musical da Primeira Igreja, o “Som
Celeste”, já aludido em postagens anteriores, sob a regência e liderança de
Edileusa Fonseca da Silva.
Os Ligados – O Mundo há de Saber
Foi ainda através das participações do “Som Celeste” que se
pôde tomar contato com algumas das excelentes produções de “Vencedores por
Cristo”, como o hino linkado abaixo. Convém salientar que este escrevedor não
conhecia a origens dos hinos interpretados pelo grupo musical em apreço.
Vencedores por Cristo – Volte à Vida – gravação de 1973
Conforme já se aludiu em outros arrazoados, tudo era novo
para aquele recém-chegado na Primeira Igreja Batista de Alagoinhas. “Hinetos”, “corinhos”
e “hinos avulsos” se lhe soava estranho aos ouvidos ainda não familiarizado com
aqueles vocábulos que, em síntese, queria dizer simplesmente que eram as
músicas cantadas no transcurso do culto, que não estavam inseridas no “Cantor
Cristão”, uma espécie de “livrinho” com os “hinos congregacionais”, que
deveriam ser executados e cantados por toda a Igreja. Os “avulsos”, eram aqueles
que estavam surgindo e caindo no gosto dos jovens – sobretudo -, mas também da
liderança, o que acabava por induzir o restante do público.
Naqueles inícios dos anos 1980,
com as comunicações ainda pouco ágeis, se destacava o grupo “Vencedores por
Cristo” – entre outros, como Jovens da Verdade, os Ligados -, no que
respeita à produção musical moderna e brasileira, que viria a substituir pouco
a pouco a hinódia tradicional norte-americana, sobretudo, do Sul dos Estados
Unidos da América do Norte. Para tanto, os “hinetos” eram introduzidos
paulatinamente na “ordem do culto” e cantados várias vezes e em vários momentos
da liturgia, para que fosse aprendido e apreendido pelos crentes.
No curso de quase dois anos
que este escrevente permaneceu como partícipe daquela igreja, foram diversos os
hinos que foram pacientemente ensinados à congregação. Alguns deles eram
entoados com grande entusiasmo, sobretudo, nas manhãs de domingo, no momento
imediato à escola dominical, que antecedia o “sermão” do pastor da igreja.
Entre eles, seguem alguns, ao menos aqueles que mais marcaram a caminhada
hinológica de quem ora escreve.
O primeiro e talvez o mais vibrante deles, fora dos
primeiros que ouvira nos seus primeiros passos de “fé cristã”; era uma espécie
de apologia “à volta de Jesus”, pregação muito presente nos sermões e hinos
daquele princípio de década. Aqui foram colocados links a duas das versões que
este escrevedor mais aprecia do “hinetos” “O Rei Está Voltando”. A primeira é
com Feliciano Amaral, a que mais se aproxima do modo como era cantado na
Primeira Igreja; a segunda, mais
recente, é uma interpretação de Luiz de Carvalho, feita com um coro e uma
orquestra primorosos.
O Rei Está Voltando – Feliciano Amaral – gravação de 1974.
O Rei Está Voltando – Luiz de Carvalho - gravação de 2001
https://youtu.be/Vu1vZo80-kA
Para concluir estas considerações, segue uma série de links
para alguns dos corinhos mais cantados e apreciados por todos quantos viveram
aquele momento ímpar da fé Cristã, entre os Batistas alagoinhenses.
Vencedores Por Cristo – Meu Coração – gravação de 1975
Vencedores por Cristo – Hosana – gravação de 1975
Vencedores por Cristo – Exaltar-te-ei / Levantai ó portas –
gravação de 1975
Johmara – Vai Abalar – gravação de 1982
Era contagiante o entusiasmo com que o Pastor Jessé conduzia
a igreja na entoação destes e outros hinetos do tipo
José Jorge Andrade Damasceno
– 10 de janeiro de 2022