sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Uma jornada eleitoral atípica

Este ano de 2018 fará a história recente do Brasil vivenciar mais uma jornada eleitoral atípica. Nele, o presidente e governadores serão eleitos, uma vez mais, sem que se leve na devida conta as eleições legislativas, visto que as atenções estão inteiramente voltadas para os cargos majoritários, sobretudo, o posto de presidente da República.
Mas, a sua atipicidade está no fato de que o candidato melhor colocado quando se trata de aferir as intenções de voto é aquele que se encontra aprisionado política e arbitrariamente em Curitiba (justo lá: por quê?), impedido de fazer campanha, apresentar suas propostas para o País, fazendo com que a mídia familiar, a justiça classista e as redes sociais, consigam prevalecer sobre a opinião pública e decida em seu lugar.
A rede de televisão hegemonicamente dominante no País, dá o tom da campanha: ela é quem  define a quem e quando entrevistar e a quem não entrevistar; formula as suas questões, consoante aos seus interesses particulares/empresariais e os torna interesses "Nacionaiss"; enfim, pauta o desenrolar da campanha eleitoral, despudoradamente, como se fora ela mesma a condutora do processo.
Assim, estaremos realizando uma eleição "geral", sob a marca do autoritarismo judiciário/mediático, como aliás tem se dado a apresentação da narrativa histórica no Brasil pós 2016, sem que haja quaisquer perspectivas de melhoria neste quadro, ao menos, em um curtíssimo prazo.