domingo, 10 de maio de 2020

Niterói, idos de 2005: quando sorrisos infantis provocam lágrimas de saudade

Manhã fria e chuvosa de 10 de maio. Há precisos quinze anos, eu me encontrava em Niterói cursando o primeiro semestre do doutorado em História, na Universidade Federal Fluminense. Ia margeando a Baía de Guanabara para assistir aula no Campus do Gragoatá. Era ainda cedo, cerca das oito da manhã; do meu lado esquerdo, corriam as várias pistas de rolamento.... Era enorme a saudade dos meus filhos ainda muito tenros e da minha mãe que perderia dali há alguns meses; a vontade de jogar tudo para o alto e voltar correndo para junto deles era quase incontrolável... Enquanto assim pensava, em uma das ditas pistas passava um veículo cheio de crianças em alvoroço, que me pareceram ter a idade das minhas que estavam tão longe de mim... Ao ouvir suas vozezinhas cheias de encanto e extravasando mil alegrias, não consegui segurar as lágrimas e encostei no cais para chorar e me perguntar: por que estou aqui? Para quê estou aqui? Na minha memória musical, ressoava o hino dos Vencedores por Cristo "Vou chegar", que ainda hoje me emociona ao ouvir ou mesmo ao pensar em sua letra... Mesmo agora, quando escrevo estas linhas, não consigo conter a emoção daquela lembrança... Porto Solidão, de Jessé, também era presente enquanto  ruminava aquelas reflexões. Esta  trilha sonora muitas vezes me acompanhou por todo o processo vivido por mim naqueles dias que quase não passavam.
Enxugando o rosto com as mãos e profundamente resoluto, segui até o Bloco O... assisti a aula da grande Professora Virgínia  Fontes; reuni os últimos rebotalhos de forças e permaneci no curso, integralizando-o aos dezessete dias do mês de abril de 2009, defendendo a minha tese doutoral, mas já sem a presença da minha mãe na terra...
Ah, como eu gostaria de voltar àquela terça feira de maio de 2005... era marcada pela saudade ... mas ela ainda estava viva, ajudando a cuidar dos meus pequenos, enquanto eu imaginava desenvolvia-me profissional e intelectualmente...

2 comentários:

  1. Parabéns Jorginho! Passou um
    filme na minha cabeça, é pra isso também que servem as memórias.

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  2. A saudade dos nossos quando estamos longe, doe que pensamos que nosso coração esta sangrando, mas mesmo assim sabemos que passa, pois tudo passa com passou para você professor.

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