sexta-feira, 17 de novembro de 2023

HISTÓRIAS E MEMÓRIAS DE UMA AMIZADE - PARTE II

HISTÓRIAS E MEMÓRIAS DE UMA AMIZADE – Parte II – HISTÓRIAS E MEMÓRIAS DE UMA AMIZADE – Parte II – Repentinamente: um hóspede. Transcorria normalmente u uma já distante tarde de dezembro do último ano do século XX. Como de costume, em um início de dezembro, dormia-se tranquilamente o sono vespertino, quando se ouve a voz de alguém anunciando correspondência. Tendo levantado para atender ao carteiro, recebe-se um pacote que havia sido encaminhado para atender ao edital de seleção para ingresso no programa de Pós-graduação, cujo prazo para aquele tipo de envio fora rigorosamente cumprido pelo candidato. , Entre aturdido e incrédulo com o que se lhe apresentava naquele instante, aquele senhor, que ainda mal acabara de acordar, recebera o pacote na condição de devolução, sem atentar para o que houvera feito de errado no processo de subscrição da encomenda, para que, ao invés de ser entregue ao destinatário na cidade de Niterói, estivesse ali, em suas mãos, o que implicaria na perda do prazo para a concretização da inscrição, se tentasse efetivar um reenvio. Sem atinar bem no que poderia fazer para reverter aquela situação, afigurou-se lhe uma ideia, que, em princípio pareceu despropositada, visto que implicaria em pedir apoio a uma pessoa residente no Rio de Janeiro, com a qual já trocava algumas correspondências e ideias, mas, sem ainda ter havido quaisquer contatos de ordem real entre eles. Tratava-se de Maurício Zeni, de quem este escrevedor já havia lido e apreciado o projeto recentemente aprovado para ingresso no curso doutoral; com quem já permutava correspondências eletrônicas com alguma frequência; com quem discutira um pouco, o seu próprio projeto que inscreveria para a seleção daquele ano e, que agora tinha de volta em suas mãos. Depois de alguma ponderação de si para consigo, pegara o telefone e, logo às primeiras palavras com as quais explicara o motivo daquela ligação, Maurício, sem qualquer hesitação, aceita receber aquele desconhecido em sua residência, para que ele não perdesse a oportunidade de ao menos, submeter aquele projeto ao crivo da banca examinadora. Ato contínuo, fez-se a compra da passagem para o Rio de Janeiro, para o dia seguinte, prazo final da inscrição presencial ,e igualmente foram tomadas as providências que permitissem chegar ao aeroporto de Salvador, a fim de embarcar pela Vasp, com o fito de realizar aquela viagem emergencial. O taxista que faria o transporte terrestre era Seu Nadinho, um fervoroso torcedor do Bahia, que com o seu Ford Del Rei, passou na residência do cliente as três horas da madrugada e o deixara as cinco no Balcão de embarque. Este escrevente tendo partido direto do aeroporto rumo a Universidade Federal Fluminense, campus do Gragoatá, em Niterói, levando consigo o pacote devolvido no dia anterior, pode realizar a sua inscrição em tempo hábil, entrando assim, no grupo daqueles que teriam as suas propostas avaliadas. Mas, aquele candidato, por razoes de logística, precisaria permanecer no Rio de Janeiro, até, pelo menos, obter o resultado da primeira parte da avaliação, o que se daria dali a pouco mais ou menos dez dias. Desta forma, o casal Maurício Zeni e Sônia Lucas, acabariam por receber em seu espaço de convivência conjugal, um hospede inesperado para uma estada não programada. Ao concluir o procedimento de inscrição e entrega do material, foi pedido que entrasse em contato com os anfitriões que, muito rápida e solicitamente, atenderam e se dispuseram a encontrar aquele forasteiro em Niterói e o conduzir até a residência em que viviam, na Tijuca. Lá, entre muitas conversas, aprendizados e largas gargalhadas, este escrevente aguardou a desclassificação de sua proposta de pesquisa, que, ainda assim, não ofuscou os excelentes momentos passados com aquele casal que acabara de conhecer pessoalmente. E, será que tem música? Claro! Por que não haveria? E, serão duas. Como todo bom cego, há sempre um rádio em suas mãos ou no pé dos seus ouvidos. Como não poderia deixar de ser, quando não estava em conversas com o casal, o rádio era o companheiro inseparável. Foi em uma daquelas audições radiofônicas, que este ouvinte teve o primeiro contato com a música de Zeca Pagodinho, Caviar, que o impressionara bastante. https://youtu.be/eFQCPE9uDy0?si=1q8pYbromrbNTQr4 Naquela mesma época, o filme Titanic fora exibido na televisão e, este hóspede inesperado, fora convidado pelo casal para acompanhar aquela exibição juntos. É verdade que o hóspede dormira quase todo o tempo de duração do filme..., mas, estava ali, com o casal, que assistira, aliás, atentamente. A sua música tema tocava em quase todas as emissoras FM, cujo seguimento era voltado para músicas “românticas”. https://youtu.be/F2RnxZnubCM?si=KcxwlELH2aeRaPBf Embora este escrevente tenha retornado triste pela reprovação de sua proposta de pesquisa para ingresso no programa de Pós-Graduação da UFF, naquele ano – e em mais três subsequentes, até ingressar na edição de 2005 -, a alegria de ter estado com Maurício Zeni, que se tornaria um grande amigo com quem este tagarela contaria outras muitas vezes, ficou como o grande ganho daquela primeira viagem ao Rio de Janeiro, depois de dez anos, quando ali esteve para conhecer uma jovem da região do vale do Aço, de que já se falou neste mesmo espaço. José Jorge Andrade Damasceno – 17 de novembro de 2023 historiadorbaiano@gmail.com Repentinamente: um hóspede.

 

Transcorria normalmente u uma já distante tarde de dezembro do último ano do século XX. Como de costume, em um início de dezembro, dormia-se tranquilamente o sono vespertino, quando se ouve a voz de alguém anunciando correspondência. Tendo levantado para atender ao carteiro, recebe-se um pacote que havia sido encaminhado para atender ao edital de seleção para ingresso no programa de Pós-graduação, cujo prazo para aquele tipo de envio fora rigorosamente cumprido pelo candidato. , Entre aturdido e incrédulo com o que se lhe apresentava naquele instante, aquele senhor, que ainda mal acabara de acordar, recebera o pacote na condição de devolução, sem atentar para o que houvera feito de errado no processo de subscrição da encomenda, para que, ao invés de ser entregue ao destinatário na cidade de Niterói, estivesse ali, em suas mãos, o que implicaria na perda do prazo para a concretização da inscrição, se tentasse efetivar um reenvio.

Sem atinar bem no que poderia fazer para reverter aquela situação, afigurou-se lhe  uma ideia, que, em princípio pareceu despropositada, visto que implicaria em pedir apoio a uma pessoa residente no Rio de Janeiro, com a qual já trocava algumas correspondências e ideias, mas, sem ainda ter havido quaisquer contatos de ordem real entre eles. Tratava-se de Maurício Zeni, de quem este escrevedor já havia lido e apreciado o projeto recentemente aprovado para ingresso no curso doutoral; com quem já permutava correspondências eletrônicas com alguma frequência; com quem discutira um pouco, o seu próprio projeto que inscreveria para a seleção daquele ano e, que agora tinha de volta em suas mãos.

Depois de alguma ponderação de si para consigo, pegara o telefone e, logo às primeiras palavras com as quais explicara o motivo daquela ligação, Maurício, sem qualquer hesitação, aceita receber aquele desconhecido em sua residência, para que ele não perdesse a oportunidade de ao menos, submeter aquele projeto ao crivo da banca examinadora.

Ato contínuo, fez-se a compra da passagem para o Rio de Janeiro, para o dia seguinte, prazo final da inscrição presencial ,e igualmente foram tomadas as providências que permitissem chegar ao aeroporto de Salvador, a fim de embarcar pela Vasp, com o fito de realizar aquela viagem emergencial. O taxista que faria o transporte terrestre era Seu Nadinho, um fervoroso torcedor do Bahia, que com o seu Ford Del Rei, passou na residência do cliente as três horas da madrugada e o deixara as cinco no Balcão de embarque.

Este escrevente tendo partido direto do aeroporto rumo para a Universidade Federal Fluminense, campus do Gragoatá, em  Niterói, levando consigo o pacote devolvido no dia anterior, pode realizar a sua inscrição em tempo hábil, entrando assim, no grupo daqueles que teriam as suas propostas avaliadas.

Mas, aquele candidato, por razoes de logística, precisaria permanecer no Rio de Janeiro, até, pelo menos, obter o resultado da primeira parte da avaliação, o que se daria dali a pouco mais ou menos dez dias. Desta forma, o casal Maurício Zeni e Sônia Lucas, acabariam por receber em seu espaço de convivência conjugal, um hospede inesperado para uma estada não programada.

Ao concluir o procedimento de inscrição e entrega do material, foi pedido que entrasse em contato com os anfitriões que, muito rápida e solicitamente, atenderam e se dispuseram a encontrar aquele forasteiro em Niterói e o conduzir até a residência em que viviam, na Tijuca.

Lá, entre muitas conversas, aprendizados e largas gargalhadas, este escrevente aguardou a desclassificação de sua proposta de pesquisa, que, ainda assim, não ofuscou os excelentes momentos passados com aquele casal que acabara de conhecer pessoalmente.

E, será que tem música? Claro! Por que não haveria? E, serão duas. Como todo bom cego, há sempre um rádio em suas mãos ou no pé dos seus ouvidos. Como não poderia deixar de ser, quando não estava em conversas com o casal, o rádio era o companheiro inseparável. Foi em uma daquelas audições radiofônicas, que este ouvinte teve o primeiro contato com a música de Zeca Pagodinho, Caviar, que o impressionara bastante.

https://youtu.be/eFQCPE9uDy0?si=1q8pYbromrbNTQr4

 

Naquela mesma época, o filme Titanic fora exibido na televisão e, este hóspede inesperado, fora convidado pelo casal para acompanhar aquela exibição juntos. É verdade que o hóspede dormira quase todo o tempo de duração do filme..., mas, estava ali, com o casal, que assistira, aliás, atentamente. A sua música tema tocava em quase todas as emissoras FM, cujo seguimento era voltado para músicas “românticas”.

 

https://youtu.be/F2RnxZnubCM?si=KcxwlELH2aeRaPBf

 

Embora este escrevente tenha retornado triste pela reprovação de sua proposta de pesquisa para ingresso no programa de Pós-Graduação da UFF, naquele ano – e em mais três subsequentes, até ingressar na edição de 2005 -, a alegria de ter estado com Maurício Zeni, que se tornaria um grande amigo  com quem este tagarela contaria outras muitas vezes, ficou como o grande ganho daquela primeira viagem ao Rio de Janeiro, depois de dez anos, quando ali esteve para conhecer uma jovem da região do vale do Aço, de que já se falou neste mesmo espaço.

 

José Jorge Andrade Damasceno – 17 de novembro de 2023

 

historiadorbaiano@gmail.com 

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