Idos de 1979 – Geni e os dois convidados.
Havia uma garota cujo nome este escrevedor não se lembra com
precisão e, ainda que lembrasse, certamente não o traria para esta crônica.
Assim, aqui ela será chamada de Geni, remetendo-se ao sucesso musical de Chico
Buarque de Holanda, “Geni e o Zepelim”, bastante executado naqueles idos de
setenta e nove, inserido no excelente disco “Ópera do Malandro”, em crítica
genial e mordaz ao regime de exceção que dirigia com força e fúria o Brasil de
então.
Clique para conhecer ou recordar: https://youtu.be/jsB--twZgng
A dita Geni desta crônica, não diferia muito da “Geni” saída
da excepcional inteligência de Buarque de Holanda, talvez, somente por não ter
recebido pedidos insistentes e pungentes para aceitar “servir” ao comandante do
Zepelim. Também ela, gostava de colecionar namorados, de tal modo que até
confundia as “agendas” e acontecia de inclinar-se aos cortejos de dois ou mais,
a um só tempo.
Talvez fosse abril, ou princípios de maio. O certo é que era
uma tarde de sábado e, após um turno de
trabalho, ele se arrumou, colocou algum dinheiro na carteira e saiu com destino
ao Largo do Tanque, com o objetivo de encontrar-se com a jovem cortejada, quem
sabe, para saírem, não se tinha ao certo para onde.
Ao chegar naquela residência, após vencer um íngreme caminho
enladeirado, percebeu algum constrangimento, um certo mal-estar; uma certa
dificuldade que Geni não conseguia esconder, visto que tivera acertado para
aquela mesma tarde, um outro compromisso, com um outro rapaz, que também a
houvera cortejado.
Dentro de alguns minutos, depois de alguma tentativa de
explicar o que estaria acontecendo, o outro convidado também chegara, com o
mesmo objetivo do primeiro: sair com Geni!
Mas, percebendo que o que chegara depois, já possuía alguma
familiaridade com a casa e com as pessoas que cercavam a cortejada, o primeiro
rapaz chamou o segundo de lado e o indagou se havia ali por perto, um lugar
para uma cerveja e uma conversa. Demonstrando conhecer bem o lugar em que
pisava, respondeu afirmativamente e, aceitou o convite para se dirigirem ao
dito local.
Depois de boas gargalhadas a respeito da situação esquisita e,
depois de alguns bons copos de produto fabricado em Camaçari, o primeiro
resolveu que não valia qualquer esforço para atravessar o caminho daquele que
já frequentava o espaço feminino em aparente disputa, com maior desenvoltura e
conhecimento de causa.
Assim pensando, após pagarem a conta, despediram-se e, o
primeiro retornou para o local onde residia, ao passo que o segundo voltou para
concluir o projeto momentaneamente interrompido por conta do contratempo provocado
pelo “conflito de agendas”.
Nunca mais se voltou a encontrar o segundo rapaz, nem mesmo se veio a saber de qualquer notícia de Geni.
Professor Jorge Damasceno.
Quem é a tal Geni ?
ResponderExcluirEssas Genis, heim, sempre metidas em situações controversas. Texto muito bom, professor. Forte abraço!
ResponderExcluirEssas Genis da vida, sempre metidas em situações controversas. Texto muito bom, professor. Forte abraço.
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